Projeto Querer beneficia 160 detentos da comunidade LGBT em unidades prisionais do Ceará

7 de novembro de 2019 - 16:38 # # # #

Ascom SAP

detentos da comunidade LGBT

Cento e sessenta detentos da comunidade LGBT são beneficiados pelo Projeto Querer realizado pela Secretaria da Administração Penitenciária, através da Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso, em parceria com Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Os recursos financeiros do projeto são do Fundo Penitenciário Nacional.

Nas unidades Instituto Penal Feminino Auri Moura Costa (IPF) e Irmã Imelda Lima Pontes os detentos beneficiados iniciaram o curso desde junho deste ano e estão na reta final da qualificação.

São 120 vagas ofertadas para os cursos de limpeza e manutenção predial no IPF. Uma das detentas que realiza o curso é Jéssica Martins, que admite ter curiosidade de entender como funciona o sistema elétrico. “Sempre tive problemas com energia, essas coisas sabe? Então quando apareceu a oportunidade de participar desse curso foi uma ótima oportunidade. Já passei por alguns problemas e agora vejo como é interessante aprender sobre esse universo que também vê outras questões como a hidráulica”, ressalta Jéssica.

No Irmã Imelda os cursos são de cabeleireiro e bijuterias. As qualificações têm a carga horária de 160 horas/aula e 40 vagas. Além disso, todos os apenados recebem em 20 horas/aula o curso de empreendedorismo.

A interna Natália Dantas realizou o curso de cabeleireiro e acredita que, com a certificação, terá mais chances de trabalho. “Já tinha experiência nessa área, mas aula teórica, e um certificado nunca tive. É importante essa qualificação para o mercado de trabalho ou abrir o nosso próprio negócio após conseguir a liberdade”, detalha.

Valorizar a comunidade LGBT e auxiliar na ressocialização desses detentos é o grande trunfo do Projeto Querer, é o que define a coordenadora da Cispe, Cristiane Gadelha. “O projeto é importante porque tem por objetivo possibilitar a população LGBT, custodiada o acesso aos cursos profissionalizantes mais voltados ao seu interesse, e mais próximos da sua orientação sexual, ajudando na sua inserção social”, explica Cristiane.