#CearádeAtitude: professores desenvolvem projetos premiados em escolas da rede pública do Estado
25 de outubro de 2016 - 17:00 #Helena Martins #Levi Jucá #professores #Sérgio Furtado
No mês do professor, a série Ceará de Atitude vai contar a história desses profissionais que compartilham experiências e ensinamentos para inúmeros jovens cearenses
“Quando você sai de leitor para autor isso te dá mais força. O jovem pode criar, falar, ter voz e dizer para o mundo o que quer comunicar. Então, penso que a escrita proporciona esse crescimento para os alunos”. A declaração é da professora Helena Martins, da Escola de Ensino Médio Renato Braga, localizada no bairro Aldeota, em Fortaleza. Ela prepara os estudantes para a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, um concurso nacional de produção de texto com alunos de escolas públicas de todo o país, do 5º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio.
O trabalho da educadora já rendeu premiações para a escola. “Na primeira vez que participamos desse concurso, em 2012, já conquistamos a medalha de prata. Naquele momento, foi muito importante e bastante gratificante. A partir daí, os alunos se empolgaram e resolveram aderir ao projeto. No ano de 2014, fomos ouro e nosso orgulho e responsabilidade só aumentaram”, conta.
Helena Martins diz que o projeto entende a leitura e escrita como práticas sociais. “Acreditamos que o nosso trabalho contribui para a melhoria do ensino da leitura e escrita dos alunos. Como o tema aborda o lugar onde vivemos, eles acabam estreitando vínculos com a comunidade e aprofundando o conhecimento sobre a realidade local, contribuindo para o desenvolvimento social e cidadão”, explica.
Já na Escola de Ensino Médio (EEM) Ronaldo Caminha Barbosa, em Cascavel, na Região Metropolitana de Fortaleza, quem chama a atenção é o também professor de Língua Portuguesa Sérgio Furtado. O educador coordena um projeto que usa a leitura como ferramenta de transformação social. “A iniciativa reúne mais de 30 atividades e fez com que a comunidade se envolvesse no projeto e deu um retorno positivo para escola. Conseguimos maior concentração dos alunos em sala de aula, bem como melhora nas notas. Observamos que os que estão mais envolvidos com a leitura apresentam melhora no aprendizado”, enfatiza.
O professor diz que o projeto está entre os finalistas do Prêmio Escola Voluntária, que tem como objetivo formar, incentivar e reconhecer escolas que desenvolvem projetos voluntários junto à comunidade. “Neste ano, nossa escola está concorrendo a um prêmio nacional. Eliminamos mais de 500 projetos e conseguimos ficar entre os dez finalistas, motivo esse que já nos enche de orgulho. Em novembro, vamos até São Paulo e, quem sabe, voltaremos premiados”, destaca.
No projeto, alunos voluntários incentivam a leitura por meio de atividades dentro e fora da escola, como a colagem de poemas nas ruas, entrega de envelopes com frases e poemas nas casas dos moradores, leitura para crianças dos ensinos fundamental e infantil, distribuição de livros nos comércios, além de reuniões com os pescadores e familiares, onde os contos e danças típicas são realizados.
Para Sérgio Furtado, a atividade que exerce na escola Ronaldo Caminha Barbosa tem uma responsabilidade social muito grande para a comunidade. “Ser professor numa comunidade carente é ser alguém de grande importância, um transformador social. Então, você tem que pensar alternativas que ajudem os alunos a transpor o meio onde ele se encontra”, conclui.
A profissão no Brasil
A educação oficial no Brasil começa em 15 de outubro de 1827, com o decreto imperial de D. Pedro I que determinava que “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. É por causa desse decreto que o Dia do Professor é comemorado no dia 15 de outubro. A data, contudo, só foi oficializada em 1963.
O acesso à educação, porém, ainda era muito restrito na época do Império. Apenas famílias abastadas tinham condições de contratar professores para educar os filhos. Esses profissionais ou atuavam em escolas privadas ou vendiam conhecimento de forma independente.
Apenas a partir dos anos 1930, com o surgimento dos grupos escolares, foi que o ensino público gratuito passou a se organizar e atender mais alunos. Nessa época, o poder público passou a se responsabilizar efetivamente pela educação das crianças. Assim, houve a expansão e interiorização dos grupos escolares e as primeiras escolas de formação superior de professores em licenciaturas surgiram.
Saiba mais
Nos últimos anos, a Seduc tem apoiado financeiramente a participação de 1.013 alunos e 506 professores em 20 eventos científicos nacionais: Feiras, Mostras e Olimpíadas, tais como: EXCETEC (CE), Milset Brasil (CE), Febrace (SP), Fenecit (PE), Fecitec (MA), Ciência Jovem (PE), Mostratec (RS), Jornada de Foguetes (RJ), Jornada Espacial (SP), MOCINN (Nordeste), SBPC, MCTEA (PA), Olimpíadas de História (SP), Olimpíada de Robótica (SP) e 10 eventos internacionais: ICYS (Europa), Inespo (Holanda), Intel Isef (USA), Genius Olympiad (USA), I – SEEEP (USA), Foro International (CHILE), Milset, ExpoCiência (México), RedCOLSI (Colômbia), Entre Rios (Argentina).
Os primeiros classificados nos eventos nacionais e internacionais recebem medalhas, troféus, credenciais, recursos para investir nos projetos, bolsas do CNPQ e publicação em revistas científicas.
Veja mais no vídeo:
25.10.2016
Wiarlen Ribeiro
Repórter / Célula de Reportagem
Tiago Stille / Governo do Ceará