Hábitos saudáveis podem evitar cânceres mais comuns
21 de fevereiro de 2018 - 17:58 #alimentação #câncer #hábitos saudáveis #Sesa
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Hábitos saudáveis e alimentação adequada podem evitar um em cada três casos dos tipos de câncer mais comuns. Entre as neoplasias do aparelho digestivo, o estilo de vida saudável poderia evitar no Ceará mais de mil novos casos de câncer de estômago, cólon e reto, esôfago e cavidade oral, que devem somar 3.220 novos casos em 2018 no Estado, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O número representa 19% de todos os 16.730 novos casos de câncer estimados para este ano, exceto de pele não melanoma.
O câncer de estômago terá o terceiro maior número de casos novos no Ceará em 2018, o primeiro entre homens e mulheres (1.320 casos), depois do câncer de próstata (2.730 casos) e de mama feminina (2.200 casos). A infecção por Helicobacter Pylori compreende a causa mais fortemente associada ao aumento no risco para o desenvolvimento de câncer de estômago. Entre os demais fatores ambientais, estão os hábitos nutricionais, como dietas ricas em alimentos defumados ou conservados no sal, a obesidade, o consumo de álcool, em grandes quantidades, e de tabaco. Por outro lado, a ingestão de frutas e verduras, cereais e frutos do mar tem sido relatada como fator de proteção.
Com 940 casos estimados para 2018 no Ceará, o câncer de cólon e reto é uma doença multifatorial influenciada por fatores genéticos, ambientais e relacionados ao estilo de vida. A incidência é maior em países com hábito alimentar rico em consumo de carnes vermelhas e carnes processadas, pouca ingestão de frutas, legumes e verduras, alta prevalência de obesidade e sobrepeso, inatividade física, consumo de álcool e tabagismo. O câncer de cólon e reto possui relevância epidemiológica em nível mundial, uma vez que é a terceira neoplasia maligna mais comumente diagnosticada e a quarta principal causa de morte por câncer.
Em comum com os demais cânceres de origem digestória, os padrões dietéticos são de relevante importância para o desenvolvimento do câncer de esôfago. A estimativa é o aparecimento de 480 casos novos desse tipo de câncer no Ceará em 2018. A ingestão de bebidas quentes, dietas pobres em frutas e vegetais frescos, o aumento do consumo de alimentos em conserva, de churrasco, o consumo de álcool e de fumo, bem como o fator obesidade, estão associados ao aumento do risco. Câncer da cavidade oral, também com 480 casos estimados, tem como fatores de risco mais conhecidos o tabaco e o consumo excessivo de álcool.
Qualidade de vida
Estudos realizados pelo Inca revelaram que 13 entre 100 casos de câncer no Brasil estão relacionados ao excesso de peso (sobrepeso e obesidade), principalmente devido à má alimentação e falta de atividade física. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada em 2015 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que 57,1% da população adulta do Ceará apresentou excesso de peso, enquanto a obesidade atingiu 18,7% da população total. “As escolhas alimentares são muito importantes”, diz Vilma Oliveira, nutricionista do Núcleo de Atenção Primária (Nuap) da Secretaria da Saúde do Ceará. “Enquanto alguns alimentos podem ajudar a proteger o corpo contra a doença, outros podem aumentar o risco de desenvolver câncer”, alerta.
A alimentação inadequada é classificada como a segunda causa de câncer que pode ser prevenida, sendo responsável por até 20% dos casos de câncer nos países em desenvolvimento, como o Brasil. No lançamento da Estimativa 2018 – Incidência de Câncer no Brasil, no início deste mês, Luciana Maya, nutricionista da Coordenação de Prevenção e Vigilância (Conprev/Inca), destacou que não há alimentos milagrosos e que o desafio é promover o reconhecimento social de que o câncer é uma doença prevenível por meio da alimentação e nutrição.
Cerca de um terço dos cânceres mais comuns podem ser evitados através de mudanças de estilo de vida. “Existe uma ligação clara entre o estilo de vida e as doenças não transmissíveis, de modo que a mudança de comportamento é fundamental para a prevenção e o controle de doenças não transmissíveis”, reforça Vilma Oliveira. Uma alimentação rica em frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, e pobre em alimentos ultraprocessados, como aqueles prontos para consumo ou prontos para aquecer e bebidas açucaradas, podem prevenir de 3 a 4 milhões de casos novos de câncer a cada ano no mundo.
“A prevenção do câncer engloba ações que objetivam reduzir os riscos de ter a doença e impedir que ela se desenvolva”, diz Vilma Oliveira. “Isso inclui mudanças no estilo de vida por meio da adoção de um modo de vida saudável e evitar a exposição a substâncias causadoras de câncer”, completa. Alimentação saudável protege contra o câncer.
Dicas de prevenção
– Uma dieta rica em fibras, composta de alimentos como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos e sementes, além da prática de atividade física regular, previne o câncer colorretal.
– A recomendação é consumir, no mínimo, cinco porções, ou seja, 400g por dia de vegetais, sendo duas porções de frutas e três de verduras e legumes sem amido, como cenoura, couve-flor, berinjela e tomate.
– Deve-se evitar o consumo de carnes processadas como presunto, salsicha, linguiça, bacon, salame, mortadela, peito de peru e blanquet de peru, visto que podem aumentar a chance de desenvolver câncer.
– As substâncias presentes na fumaça do processo de defumação, os conservantes (como os nitritos e nitratos) e o sal podem provocar o surgimento de cânceres de estômago e intestino (cólon e reto).
– Deve-se evitar o consumo de quantidades acima de 500 gramas de carne vermelha por semana.
– Cerca de um terço de todos os casos de câncer podem ser evitados com alimentação saudável, manutenção de peso corporal adequado e exercícios físicos.
– O excesso de gordura corporal contribui para a formação e a progressão de diversos tipos de câncer, entre eles o do intestino (cólon e reto).
– Deve-se evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
– Além disso, combinar bebidas alcoólicas com o tabaco aumenta a possibilidade do surgimento da doença.
Ouça
A Nutricionista do Núcleo de Atenção Primária da Sesa, Vilma Oliveira, fala sobre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença.
Vilma Oliveira fala das ações de prevenção que devem ser tomadas para se evitar o câncer.
A nutricionista Vilma Oliveira fala sobre as ações de prevenção que a Secretaria da Saúde está adotando.