Pesquisadora da FGV faz estimativa sobre retomada da economia brasileira durante XIII Fórum Ceará em Debate
25 de novembro de 2019 - 15:53 #FGV #fórum ceará em debate #Ibre #Ipece #Perspectivas Econômicas do Brasil
Pádua Martins - Ascom do Ipece
Ao abordar o tema “Perspectivas Econômicas do Brasil para 2020”, em mais uma edição do XIII Fórum Ceará em Debate Ipece/Seplag, realizado na manhã desta segunda-feira (25), a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Sílvia Maria Matos, fez uma estimativa de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve fechar com crescimento de 2,0% em 2020 e este ano o índice atingirá 1,1%. A inflação, em 2019, ficará em 3,8% e no próximo ano em 3,9%, enquanto que a taxa de juros esperada será de 4,5% em ambos os anos. Já a retomada da economia brasileira vai ser gradual e enfrentará grandes desafios.
O XIII Fórum Ceará em Debate Ipece/Seplag foi realizado no Auditório da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag). O evento é uma promoção conjunta do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Secretaria de Planejamento (Seplag) e do Observatório do Federalismo Brasileiro.
Para um auditório lotado de economistas, gestores, professores e secretários de estado, a Pesquisadora do Ibre/FGV, observou que, após um período de maior pessimismo quanto ao desempenho futuro da economia, o quadro atual mostra uma melhora bem gradual da confiança. Mas, advertiu: “se por um lado há sinais de retomada, por outro fica claro que ela é muito heterogênea e desigual”. Ela explicou que os desafios para a aceleração do crescimento permanecem e são difíceis de serem resolvidos em um ambiente político conturbado e acrescenta que o ajuste fiscal ainda não está consolidado e que existe uma baixa produtividade da economia e ineficiências microeconômicas, Durante a palestra, Silvia Matos fez uma análise tanto da economia mundial bem como da brasileira.
Ela afirmou, categoricamente, que, assim como em períodos de consolidação fiscal verificados no passado, o ajuste fiscal continua penalizando os investimentos públicos. Para mudar essa trajetória, segundo Sílvia Matos, é importante que se avance na agenda de reformas estruturais de redução de todas as despesas públicas. “A contenção do gasto primário, a redução do crédito público e dos subsídios creditícios (aprovação da Taxa de Longo Prazo -TLP) permitiram a queda dos juros reais da economia. A manutenção deste novo equilíbrio depende da redução dos gastos públicos como proporção do PIB”. A Pesquisadora do Ibre/FGV ressaltou que o equilíbrio macro é uma condição necessária, mas não suficiente para crescimento econômico, e que a agenda de reformas micro para o aumento de produtividade é fundamental para elevar o crescimento potencial. No entanto, “ainda há muito a ser feito”.
O professor Flávio Ataliba, secretário Executivo de Planejamento e Orçamento da Seplag, ao abrir os trabalhos juntamente com o diretor Geral do Ipece, João Mário Santos de França, ressaltou a importância do Encontro – agora uma realização do Observatório e do Fórum Ceará em Debate – que tem promovido a análise de temas atuais, tanto local como nacional. O também professor João Mário, ao abordar o tema “Mercado de Trabalho, Desigualdade e Pobreza Monetária: Evidências para o Ceará e Brasil 2012/2018”, ressaltou, dentre outros números, que a taxa de desocupação (pessoas de 14 anos ou mais) no Ceará, de 11,5% em 2018, é menor do que a do Nordeste (14,5%) e do Brasil (12%). Em 2017, a taxa cearense era de 12,3%, do Nordeste de 14,6%, e do Brasil de 12,5%. Já o rendimento domiciliar per capita do Ceará passou de R$ 830,00, em 2017, para R$ 848,00, em 2018, menor que a do Brasil (RS 1.337,00), mas superior a do Nordeste, de R$ 815,00.
Ainda como parte do XIII Fórum Ceará em Debate Ipece/Seplag foi realizada a palestra “Raízes das Desigualdades Regionais no Brasil”, com o presidente da Datamétrica Consultoria, Pesquisa e Telemarketing, Alexandre Rands Barros, que durante o evento lançou livro com o mesmo título. Ele mostrou a importância de cada região brasileira, evidenciando os números do PIB, população e PIB per capita em cada uma delas.