Escolas públicas de Cascavel são vencedoras do Prêmio Respostas para o Amanhã
17 de outubro de 2019 - 15:50 #agricultura #escassez de água #polímeros sustentáveis #práticas educativas #Samsung
Bruno Mota - Ascom Seduc
Os projetos “Desenvolvimento de biofilme a partir da Psidium guajava para aplicações diversas”, da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Marconi Coelho Reis, e “Agri+: Combatendo a escassez de água e melhorando a agricultura com polímeros sustentáveis”, da Escola de Ensino Médio (EEM) Ronaldo Caminha Barbosa, ambas de Cascavel, são respectivamente 1º e 2º lugares no Prêmio Respostas para o Amanhã, promovido pela Samsung.
A cerimônia de premiação será na próxima quinta-feira (24), na EEMTI Marconi Coelho, a partir das 18 horas. Na ocasião, serão realizadas oficinas com os estudantes das duas equipes vencedoras, além de uma roda de conversa sobre práticas educativas com os professores das duas unidades de ensino. As três demais escolas de ensino médio de Cascavel também participarão da atividade.
Estarão presentes representantes do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), responsável pela coordenação do Prêmio; dirigentes da matriz Brasil e América Latina da Samsung; representantes da Prefeitura de Cascavel e da Secretaria Municipal de Educação de Cascavel.
Ao todo foram inscritos 919 trabalhos de todo o Brasil. Foram selecionados 20 semifinalistas, posteriormente dez finalistas e, em seguida, três vencedores nacionais. Cada uma das escolas finalistas já ganhou uma televisão de 55 polegadas e um notebook da marca.
Prêmio
A equipe vencedora será premiada com um smartphone Samsung para cada um dos alunos. Além disso, cinco estudantes da equipe e o professor orientador representarão o projeto na etapa América Latina do Prêmio, em São Paulo. O grupo que ficou em 2º lugar será contemplado com um notebook Samsung para cada um dos alunos.
A estudante Lígya Nogueira, de 19 anos, aluna da 3ª série do ensino médio na Escola Marconi Coelho, faz parte da equipe que elaborou o projeto do biofilme, que tem na folha da goiabeira a principal matéria-prima.
“Pensamos em desenvolver um plástico que atendesse tanto à área da saúde, como à do meio ambiente, com a criação de um biofilme degradável. A folha da goiabeira, planta muito comum em nossa região, tem princípios ativos antimicrobianos e anti-inflamatórios, sendo útil para o tratamento de lesões cutâneas e queimaduras de primeiro grau. Usamos amido, glicerol e água na composição e tiramos da folha da goiabeira uma substância parecida com farinha. O amido e o glicerol são plastificantes. Então, peneiramos e maceramos”, esclarece Lígya.
Resultado
Conforme a jovem, os testes realizados indicaram a cicatrização mais rápida de uma queimadura de primeiro grau, ficando na pele por sete dias. Por se tratar de um composto biodegradável, a decomposição na natureza também se realizou de forma acelerada e sem agredir o meio ambiente.
O Projeto Biofilme faz parte da metodologia de disciplinas eletivas ofertadas nas Escolas em Tempo Integral da rede pública estadual cearense, que promove em seu escopo a iniciação científica nas unidades de ensino. A iniciativa pode ser acompanhada pelo Instagram e pelo Youtube.
Convivência com a seca
Fabiana Ramos, de 18 anos, cursa a 3ª série do ensino médio na Escola Ronaldo Caminha. De acordo com a jovem, integrante da equipe que desenvolve o Projeto Agri+, a iniciativa surgiu pela constatação de que as hortas plantadas na região não se desenvolviam adequadamente, pelo fato de o solo ser salino e seco.
“Utilizamos um composto feito com cascas de manga, de abacate e bagaço de cana-de-açúcar, gerando um produto que consegue reter água no solo. Ficamos muito felizes com o resultado. Realizando testes, conseguimos passar 21 dias sem precisar irrigar a terra que recebeu esse tratamento, num cultivo de cebolinha. Por ser um polímero biodegradável e de baixo custo, pode ser uma boa solução par outras regiões que também sofrem com a escassez de água, já que os polímeros industrializados são caros e podem trazer consequências nocivas à natureza e aos consumidores”, explica Fabiana.